A tricampeã mundial Alemanha viaja à África do Sul na condição de eterna favorita e cheia de planos ambiciosos e de expectativas. O país conquistou o título em 1954, na Suíça, em 1974, jogando em casa, e em 1990, na Itália. Agora, a seleção comandada pelo técnico Joachim Löw se prepara para tentar conquistar o troféu pela quarta vez na Copa do Mundo da FIFA 2010.
A equipe combina uma vasta experiência com muita disciplina tática, e os jogadores estarão motivados pela excelente campanha que fizeram nas Eliminatórias. O país foi vice-campeão mundial na edição do Japão e da Coreia do Sul, em 2002, terceiro colocado jogando em casa em 2006 e vice-campeão europeu em 2008, na Áustria e na Suíça. Após esses resultados que encheram o país de esperança, a algumas semanas da Copa veio um baque: o capitão Michael Ballack sofreu uma lesão no tornozelo que acabou com suas chances de ir à África do Sul.
As esperanças da seleção alemã - que também perdeu o goleiro René Adler e o meio-campista Simon Rolfes -, então, estarão nas costas de Miroslav Klose e sua já conhecida capacidade de crescer quando chega a Copa do Mundo da FIFA, e da geração que estreou no último Mundial, como Philipp Lahm, Bastian Schweinsteiger e Lukas Podolski.
O caminho à África do Sul
Com uma eficiência impressionante e muita combatividade, embora na maior parte das vezes sem muito brilho, os comandados de Löw se classificaram sem maiores problemas no Grupo 4 das Eliminatórias europeias para a Copa do Mundo da FIFA África do Sul 2010. As únicas partidas que a Alemanha não venceu foram contra a Finlândia, que mostrou ser um osso duro de roer. Em Helsinque, os finlandeses ficaram três vezes em vantagem no placar, mas os alemães empataram em 3 a 3 graças a três gols de Klose. O jogo de volta em Hamburgo também terminou empatado, dessa vez por 1 a 1 com um gol salvador de Podolski no último minuto. Entretanto, o segundo jogo foi apenas para cumprir tabela, pois a Alemanha já havia garantido a primeira colocação do grupo. Contra País de Gales, Azerbaijão e Liechtenstein os alemães tiveram 100% de aproveitamento.
Entretanto, foi nos duelos contra a principal concorrente do grupo, a Rússia, que a Alemanha comprovou a sua qualidade. Na partida de ida, em Dortmund, os alemães venceram por 2 a 1 e fizeram a melhor apresentação desde a última Copa do Mundo da FIFA. Na penúltima rodada, em Moscou, os tricampeões mundiais conseguiram mais uma vitória crucial por 1 a 0 com um gol de Klose logo no início da partida. Foi a primeira derrota da Rússia em casa em toda a história das Eliminatórias. O renomado técnico da seleção russa, o holandês Guus Hiddink, falou após a derrota sobre a famosa força do futebol alemão e apontou a seleção germânica como uma das candidatas ao título na África do Sul.
Os craques
Michael Ballack, jogador de 33 anos do Chelsea, era o capitão e tido como grande líder da Alemanha. Agora que o meio-campista está fora de ação, com uma lesão nos ligamentos do tornozelo, boa parte da responsabilidade está com Miroslav Klose, também é um dos líderes do selecionado, apesar de ser um tanto quanto reservado. O centroavante do Bayern de Munique já marcou 48 gols em 93 jogos pela seleção e é o terceiro maior artilheiro da história do país, atrás apenas do inesquecível Gerd Müller (68 gols) e de Joachim Streif (55 gols), que atuava pela Alemanha Oriental. Resta saber se Philipp Lahm e Bastian Schweinsteiger, ambos do Bayern, e Lukas Podolski, que voltou recentemente para o Colônia, já estão maduros o suficiente para assumirem o papel que se espera deles. Schweinsteiger, em especial, terá ainda mais trabalho para controlar o meio-campo sem a presença de Ballack.
O técnico
Já faz um bom tempo que Joachim Löw se libertou da sombra de Jürgen Klinsmann, de quem foi assistente técnico na última Copa do Mundo da FIFA. Quando assumiu o cargo em 26 de julho de 2006, o treinador, considerado um verdadeiro estrategista, estabeleceu como objetivos o título da Euro 2008 e a continuidade da filosofia de futebol ofensivo defendida por Klinsmann - mas até agora ele não conseguiu atingir nenhum dos dois, pelo menos não completamente. Entretanto, Löw conquistou o respeito dos jogadores e da imprensa graças à sua calma, simpatia e imparcialidade. "É preciso ser muito detalhista para ser bem-sucedido na nossa profissão", declarou o técnico, que fez carreira como atacante do Freiburg e é até hoje o maior artilheiro da história do clube.
Participação anterior
>> A Alemanha foi três vezes campeã mundial, em 1954, 1974 e 1990. Apenas o Brasil (cinco títulos) e a Itália (quatro títulos) conquistaram mais vezes a tão cobiçada taça.
>> Os alemães estiveram presentes em todas as edições do maior evento do futebol mundial, exceto em 1930 e 1950, ocasiões em que não disputaram as Eliminatórias.
>> Ao todo, os germânicos chegaram a sete finais da Copa do Mundo da FIFA. É o país que chegou mais vezes à final, ao lado do Brasil.
>> A Alemanha precisou decidir quatro confrontos em mundiais nas cobranças de pênaltis e venceu os quatro.
O que eles disseram:
"A Alemanha conquistou muitos títulos no passado e essas conquistas inspiram as novas gerações. Basta nos lembrarmos do retrospecto da Alemanha nas grandes competições. Fomos campeões mundiais em 1954, 1974 e 1990 e campeões europeus em 1972, 1980 e 1996, além de também termos sido vice-campeões em várias ocasiões. De certa forma, aprendemos desde a infância que a Alemanha é sempre capaz de chegar à final. Certamente estamos entre os países com chances de brigar pelo título. Após ficarmos na terceira colocação na última Copa do Mundo e sermos vice-campeões europeus, o objetivo agora é chegar à final e conquistar a taça."
Philipp Lahm, em entrevista exclusiva ao FIFA.com