No gabinete do presidente francês Nicolas Sarkozy, falou-se de uma "Quinta-Feira Negra", e, sob o ponto de vista de Sarkozy, o dia 29 de janeiro de 2009 tornou-se exatamente isso. Escolas foram fechadas, assim como ferrovias, bancos e bolsas de valores. Cinemas, estações de rádio e até mesmo teleféricos transporte de esquiadores para o topo das montanhas foram paralisados temporariamente. Contêineres de lixo foram mais uma vez incendiados em Paris, e uma multidão reuniu-se na famosa Place de l'Opéra para cantar a "Internacional", o hino da revolução.
A crise financeira global já atingiu a França, provocando falências de empresas, demissões em massa para alguns trabalhadores e redução das horas semanais de trabalho para outros. Naquela infame quinta-feira, a crise empurrou 2,5 milhões de pessoas para as ruas, em cidades de todas as partes do país, como Marselha, Brest e Bordeaux. A situação não foi semelhante àquela de maio de 1968, quando a França encontrava-se em estado de emergência. Mesmo assim, os sindicatos do país classificaram as manifestações de "históricas", caracterizando-as como o mais importante movimento de protesto ocorrido até hoje durante o mandato do atual presidente francês.
Paris não é o único lugar atingido pela convulsão social. Do outro lado do Canal da Mancha, no Reino Unido, os trabalhadores protestaram em uma refinaria perto de Immingham, em Lincolnshire, o que provocou greves solidárias em 19 outros locais do país. Os manifestantes tornaram-se um símbolo dos temores das classes britânicas menos favorecidas, porque o país - de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) - é o que enfrenta a maior crise econômica dentre as economias altamente desenvolvidas. Assim como a libra esterlina, o índice de aprovação do primeiro-ministro Gordon Brown está despencando.
Na Rússia, estatísticas trabalhistas sombrias fizeram com que manifestantes comunistas e contrários ao governo saíssem às ruas nos últimos dias, de Pskov a Volgogrado, e em Moscou membros da oposição de esquerda chegaram a aventurar-se a protestar na Praça Vermelha. Eles rasgaram retratos do primeiro-ministro Vladimir Putin, até a polícia prendê-los e retirá-los do local.
Na China, os trabalhadores retornaram das festividades que marcaram o festival de primavera para ouvir notícias chocantes do próprio governo. Pequim anunciou que cerca de 20 milhões de trabalhadores migrantes - o que representa mais do que as populações somadas da Dinamarca, da Suécia e da Noruega - ficarão provavelmente desempregados nos próximos meses. O ritmo acelerado de crescimento econômico que conferiu legitimidade ao poder do Partido Comunista sofreu uma redução considerável. Segundo um porta-voz do governo, 2009 será o ano "mais difícil" desde a virada do milênio.
Cerca de 50 milhões de empregos poderão desaparecer em todo o mundo nos próximos 11 meses, e mais de 200 milhões de pessoas poderão cair na pobreza absoluta, adverte a Confederação Internacional de Sindicatos Trabalhistas (CIST). Guy Ryder, o secretário-geral do grupo, acredita que essas mudanças representam uma "bomba relógio social", e que a instabilidade resultante poderá ser "extremamente perigosa para a democracia" em alguns países.
No Ocidente, a crise poderá custar aos chefes de Estado os seus empregos, conforme ocorreu recentemente com o primeiro-ministro da Islândia. Mas o que isso significa para os países gigantes do leste? Será que o regime de Pequim poderia sofrer um abalo neste momento em que o país enfrenta o seu maior desafio desde o início das reformas de mercado? O povo russo estaria encerrando a sua trégua com o governo, pelo fato de os preços estarem subindo e o rublo caindo? Será que até mesmo a classe média russa poderia estar prestes a rebelar-se?
Gabinetes em Londres, Moscou, Pequim e Paris foram tomados por uma sensação de impotência. O workaholic confesso Gordon Brown procura lidar com a calamidade adotando constantemente contra-medidas, enquanto Putin envia os seus policiais para as ruas e Pequim distribui presentes aos indivíduos mais pobres. Já o presidente francês Sarkozy permaneceu em silêncio durante sete dias após a primeira manifestação em grande escala.
O presidente francês, que geralmente aproveita toda oportunidade possível para tornar-se o centro das atenções, esperou uma semana inteira para finalmente reagir às greves de âmbito nacional. Na noite da última quinta-feira, devido a uma determinação do Palácio Eliseu, 90 minutos do tempo das redes de difusão foram disponibilizados para uma entrevista com o presidente, e Sarkozy não perdeu tempo para assumir um tom de ataque propagandístico nas múltiplas estações de rádio e televisão. O núcleo da sua mensagem foi que haverá uma mudança de direção, e que o governo continuará enfatizando as reformas.
Frente àquilo que ele chamou de "uma crise de proporções brutais", o presidente mencionou astutamente os "percalços" e as "preocupações", e massageou a alma da nação com insipiências terapêuticas. Mas a coisa ficou por aí, já que Sarkozy sabe que as manifestações de 29 de janeiro não alcançaram uma massa crítica. A aliança heterogênea de professores, enfermeiras, metalúrgicos e estudantes que protestavam careceu de uma lista de demandas econômicas e políticas comuns. Eles pediram aumentos salariais, paridade do poder de compra e repúdio às as reformas tributárias para os ricos. Porém, ao mesmo tempo, os protestos revelaram um mal-estar que arraigou-se profundamente no eleitorado conservador do governista UMP. A maioria absoluta dos franceses foi tomada pelo medo do desemprego, dos baixos salários e da redução das poupanças.
O declínio galopante da economia abalou ainda mais a situação do presidente. Agora que o seu índice de popularidade caiu para apenas 39%, Sarkozy vê-se em uma posição difícil. Após ser vaiado por cidadãos irados durante uma visita normalmente tranquila a Saint-Lô, o presidente reagiu impondo uma transferência disciplinar do prefeito e do chefe de polícia da cidade.
Dois terços dos franceses acreditam que o governo não está engajado no gerenciamento efetivo da crise - apesar do pacote de estímulo econômico de 26 bilhões de euros (US$ 34 bilhões), que inclui até mesmo planos para a reforma de igrejas, ministérios governamentais e prisões.
Sob o ponto de vista político, o homem que controla o Palácio Eliseu não será desafiado até 2012. Sarkozy conta com uma maioria sólida, tanto na Assembleia Nacional quanto no Senado. Os comunistas encolheram tanto que tornaram-se insignificantes, e os socialistas encontram-se paralisados por guerras internas. Porém, nesta semana, a aliança de sindicatos trabalhistas está discutindo novas táticas de luta, e ela sabe que isso poderá depender do apoio da maioria do povo francês.
"A simpatia pelo movimento grevista ressalta a divisão cada vez mais profunda entre os franceses e o presidente", adverte o cientista político e especialista em pesquisas de opinião Stéphane Rozès. "Estamos no limiar de uma nova era, que será marcada pela crescente instabilidade política".
A luta continua A popularidade do primeiro-ministro britânico Gordon Brown cai ainda mais rapidamente do que a de Sarkozy. Apesar de uma subida no outono passado, quando Brown exibiu uma vigorosa liderança em casa e internacionalmente com o seu plano para recapitalizar os bancos, uma quantidade cada vez menor de britânicos acredita que o homem que mora no endereço 10 Downing Street conte com a receita certa para enfrentar a crise.
Segundo pesquisas recentes, a oposição formada pelos Tories ampliou ainda mais a sua liderança para uma margem confortável de 10% a 12%, enquanto apenas um em cada três britânicos diz que votaria hoje para os trabalhistas. A queda do índice de aprovação de Brown e do ministro das Finanças, Alistair Darling, é especialmente drástica no que diz respeito à questão da competência econômica, na qual a dupla perdeu 12 pontos percentuais em apenas um mês.
Estes números são desconcertantes, especialmente para o Partido Trabalhista de Brown, que no verão passado quase colocou o primeiro-ministro para fora do gabinete. Aplacar a fúria popular será uma das tarefas mais importantes do primeiro-ministro. Embora as análises acadêmicas inteligentes de Brown contrárias ao protecionismo impressionem as plateias em locais como Davos, o premiê perde cada vez mais o apoio dos eleitores tradicionais preocupados como os manifestantes de Lincolnshire.
Em tempos melhores, por exemplo, a greve em frente à refinaria em Lincolnshire não teria provocado nenhuma reação importante da maioria dos trabalhadores britânicos. A operadora da refinaria, a companhia de energia francesa Total, desejava utilizar 300 trabalhadores qualificados da Itália e de Portugal, fornecidos por uma empreiteira italiana, para um projeto de construção. Segundo os sindicatos, esses trabalhadores recebem menos do que deveriam, algo que a Total nega.
Após dias de greves agitadas, as partes chegaram a um acordo na quarta-feira passada, quando a Total concordou em fornecer 102 empregos adicionais a trabalhadores britânicos. Foi um gesto de cortesia por parte da companhia com o objetivo de preservar a paz. Segundo a legislação atual, não existe nada de ilegal em contratar temporariamente trabalhadores italianos e portugueses.
Os 102 empregos adicionais são o preço que a companhia pagou pela paz social, mas ninguém sabe o quanto esta paz durará. "Podemos ter vencido a batalha, mas a luta continua", afirma Shaune Clarkson, do sindicato GMB. Ninguém sabe se a mensagem chegou a Brown em Londres, onde um número cada vez maior de observadores acredita que o primeiro ministro perdeu há muito tempo o contato com o povo.
Comprando paciênciaOs governos de Pequim e de Moscou não podem ser acusados de não se disporem a ouvir as reclamações raivosas das ruas. Tanto a China quanto a Rússia enfrentaram crises sérias na década de noventa, quando as suas velhas empresas estatais e comunistas foram fechadas. Na China, 50 milhões de pessoas viram-se desempregadas em um curto espaço de tempo, e na Rússia o colapso econômico quase custou ao presidente Boris Yeltsin a sua reeleição em 1996. Mas ambos os regimes perseveraram, porque tantos os chineses quanto os russos, após longos anos de economias comunistas planificadas, não exigiam muito. Mas após o boom econômico dos anos recentes e da prosperidade crescente de amplos segmentos da classe média, aquele período chegou ao fim.
Ironicamente, no ano em que o Partido Comunista Chinês comemora o seu 60º aniversário no poder com grande pompa, o país, pela primeira vez em muito tempo, não será capaz de apresentar estatísticas econômicas de impacto. A economia cresceu apenas 6,8% no último trimestre. Para manter os formandos das escolas de segundo grau e das universidades empregados, a China precisa aumentar anualmente a sua produção industrial e outros serviços em cerca de 8%.
Ninguém acredita realmente que o líder do Partido Comunista, Hu Jintao, ou o premiê Wen Jiabao possam ter o destino do ex-presidente indonésio Suharto, que foi varrido do poder pela crise econômica asiática em 1998, após ter governado o país por mais de 30 anos. Não obstante, "a sociedade chinesa provavelmente deparar-se-á com mais mais conflitos e confrontos em 2009, o que colocará ainda mais a prova as capacidades do partido e do governo", advertiu a revista estatal "Outlook".
A ordem do dia é prevenir a convulsão social, e com esse objetivo Pequim aprovou um pacote de estímulo econômico de valor equivalente a 460 bilhões de euros (US$ 598 bilhões). Uma porção desse dinheiro será investida em melhores programas de seguridade social, de forma que as pessoas poupem menos e consumam mais. Um plano para a elevação do salário mínimo foi adiado. No entanto, os governos locais distribuíram os chamados "envelopes vermelhos", cada um contendo de 100 a 150 yuans (de 11 a 17 euros, ou de US$ 14 a US$ 22), aos pobres durante o festival de primavera, para que eles pudessem comprar comida.
Além disso, Pequim apresentou um programa incomum. Em 1º de fevereiro, os agricultores recebiam um desconto governamental equivalente a 13% do preço do produto ao comprarem televisores, máquinas de lavar roupa, motocicletas ou refrigeradores. O Partido Comunista espera que o programa eleve o consumo - mas também que ele compre paciência e simpatia.
O partido está particularmente preocupado com os trabalhadores migrantes, que estão perdendo os seus empregos a um ritmo estonteante. Praticamente não sobrou ninguém para cultivar a terra nas aldeias desses trabalhadores. A tensão devido a essa conjuntura é palpável nos chamados "mercados de empregos" da China, como aquele do distrito de Huandu, em Cantão. Na semana passada, em uma rua espremida entre fábricas, lojas e prédios de apartamentos, centenas de homens e mulheres disputavam um lugar nas mesas de várias fábricas que fazem bolsas de couro para os mercados doméstico, russo e norte-americano. Havia empregos disponíveis para uma jornada diária de dez horas e sem contratos de trabalho.
No entanto, o clima em Cantão parecia tranquilo. Mas ninguém é capaz de prever o quanto durará a confiança popular. Aqueles que, apesar dos esforços, não conseguem mais pagar as mensalidades escolares dos filhos nem as consultas médicas dos pais poderão acabar perdendo a paciência com as autoridades. Nas últimas semanas, vários protestos em frente aos portões de uma fábrica descambaram para a violência. Viaturas policiais foram incendiadas e os trabalhadores saquearam os escritórios do partido.
O partido está especialmente preocupado com os estudantes, que raramente ousaram sair às ruas depois do massacre de 1989 na Praça da Paz Celestial. Mas isto poderá mudar quando os sonhos de obtenção de uma carreira de sucesso em troca dos anos duros passados na sala de aula correrem o risco de evaporarem-se.
Dos cerca de 5,6 milhões de chineses que se formaram em universidades e faculdades técnicas em 2008, cerca de um milhão ainda encontram-se sem emprego. Neste ano, o número de formandos que entrarão no mercado de trabalho será ainda maior: cerca de 6,1 milhão. "Se vocês estão preocupados, podem ter certeza de que eu estou mais preocupado ainda", disse o premiê Wen a um grupo de estudantes.
Medidas enérgicasOs russos não ouvem palavras desse tipo do seu primeiro-ministro. Desde o outono passado, quando Putin ainda negava publicamente que a crise financeira mundial representava uma ameaça para a Rússia, Moscou vem se preparando basicamente para uma única coisa: controlar o seu próprio povo caso o cenário torne-se o pior possível.
O medo que os governantes sentem dos governados assombra os governos russos desde a época dos tzares. Esse medo reapareceu subitamente quando Yevgeny Gontmacher, um respeitado economista social, publicou o seu ensaio, "Novocherkassk 2009", no qual alerta para que não se promovam rebeliões nas províncias. O ensaio menciona os levantes populares ocorridos na cidade industrial de Novocherkassk, no sul da Rússia, em junho de 1962, após aumentos dos preços. Cinco mil trabalhadores furiosos saíram às ruas, e a polícia e o exército receberam ordens de disparar contra os manifestantes. Mais de 20 pessoas morreram, e sete líderes da rebelião foram executados.
A simples menção deste drama há muito suprimido foi suficiente para que as autoridades ameaçassem suspender a licença da revista econômica liberal "Vedomosti", que publicou o artigo de Gontmacher. A revista foi acusada de "incitar o extremismo" - e isto apesar do fato de o autor ocupar um cargo importante no governo Putin.
Mas, ao assumir essa abordagem, o Kremlin simplesmente confirmou a tese central de Gontmacher, ou seja, que o sistema de Putin, que enfatiza cada vez mais o controle central e a repressão aos adversários políticos em períodos de crescimento econômico, é incapaz de responder de maneira flexível à crise. De fato, o governo reagiu em pânico imediatamente após a primeira manifestação feita por comerciantes furiosos em Vladivostok, que não gostaram do aumento das tarifas de importação de carros ocidentais usados. O Kremlin retratou os manifestantes como vítimas de serviços de inteligência estrangeiros.
Pavel Verstov, que até recentemente era membro do partido de Putin, o Rússia Unida, também é capaz de apontar a impotência do Kremlin. Verstov, um jornalista local, fez reportagens sobre suicídios registrados na maior siderúrgica de Magnitogorsk, uma cidade industrial na região dos Montes Urais. Quatro trabalhadores se mataram porque não conseguiam mais pagar as suas dívidas. Centenas de milhares de russos enfrentam agora uma pressão similar, após terem contraído empréstimos em euros ou dólares para comprar casas ou automóveis. Mas agora que o rublo perdeu 47% do seu valor em relação ao dólar desde setembro do ano passado, os salários dessas pessoas não são mais suficientes para que elas pagem as dívidas.
Verstov foi expulso do partido do governo. Uma autoridade do partido local chamou-o de "criador de confusão" e declarou: "As forças de segurança tomaram medidas enérgicas para frustrar quaisquer tentativas de desestabilização da sociedade". Ele pediu aos outros membros do partido que apoiem o presidente Dimitry Medvedev e o primeiro-ministro Vladimir Putin.
Os dois ainda estão fortes nas pesquisas de opinião, sendo que o índice de aprovação de Putin é de 83%. No entanto, entrevistas realizadas pelo instituto de pesquisas de opinião pública Levada Center mostram que a confiança no governo diminuiu quase tão rapidamente quanto as reservas financeiras do país. Em outubro de 2008, apenas 27 % dos entrevistados disseram acreditar que o país rumava para "a direção errada". No final de dezembro, este número dobrou. Quase um em cada dois cidadãos temia que "o governo fosse incapaz de combater efetivamente a inflação e as perdas salariais".
A fim de fortalecer os bancos, o rublo e as grandes companhias tremendamente endividadas, o governo já gastou um terço das suas formidáveis reservas em moeda estrangeira. German Gref, ex-economista do ministério da Economia, que atualmente é diretor de um grande banco do país, dia que atualmente espera três anos de recessão e estagnação, após o ainda respeitável crescimento econômico de 5,6% registrado em 2008. "O governo não tem um plano para enfrentar essa crise", diz Gref.
Em tal situação, quem representa uma ameaça para a elite do poder em Moscou não é Garry Kasparov, o líder da oposição extra-parlamentar, já que o campeão mundial de xadrez conta com bem mais aliados no Ocidente do que na Rússia. E o líder do Partido Comunista, Gennady Zyuganov, fez as pazes com os poderosos.
O perigo real vem de outra direção. O Kremlin teme que os membros da classe média, os apoiadores leais de Putin, retirem o seu apoio se a prosperidade dos anos recentes desaparecer. Só em dezembro, a renda disponível diminuiu 11,6%, e 5,8 milhões de indivíduos já encontram-se oficialmente desempregados. Arkady Dvorkovich, assessor econômico do presidente Medvedev, acredita que os números não oficiais estejam mais próximos de 20 milhões.
Até o momento, pouco gente protestou no gigantesco reino de Putin. Mas o fato de já ter havido pedidos claros para que Putin renunciasse - conforme ocorreu em Vladivostok - revela com que rapidez uma potência supostamente estável pode desagregar-se.
Um respeitado cientista político de Moscou observa que há uma perigosa antipatia entre a "elite governante" e a maioria passiva, e adverte que não existe mais qualquer relação funcional entre os governantes do país e a população, excluindo a televisão. Ele diz que, em momentos como estes, tal fato pode ser devastador - podendo arruinar o sistema de Putin.