
Perfil
Com a Holanda, não existe meio termo: ou a equipe realiza uma boa campanha, ou fica anos sem brilhar. Na África do Sul, a seleção tentará acabar com essa irregularidade e subir um degrau em relação a 1974 e 1978, quando perdeu as finais da Copa do Mundo da FIFA respectivamente para a Alemanha, por 2 a 1, e para a Argentina, por 3 a 1, após dolorosa prorrogação.
Desde a aposentadoria de Rinus Michels, com exceção da conquista da Euro 1988, os inúmeros sucessores de Johan Cruyff nunca alcançaram uma grande glória. Por isso mesmo, o país ganhou a fama de ter um futebol vistoso, mas pouco eficiente para chegar a uma conquista de peso. É esta imagem que o treinador Bert van Marwijk vem tentando mudar desde que assumiu o cargo, após a campanha decepcionante da Holanda na Euro 2008.
Nas eliminatórias, porém, a seleção liderada por Arjen Robben e Dirk Kuyt foi perfeita e agora pode se apoiar na história para sonhar com boa campanha na África do Sul. O último país a garantir vaga em uma edição da Copa do Mundo da FIFA sem perder pontos foi a Alemanha, em 1982, e os alemães chegaram à decisão do torneio. Os holandeses não escondem que as ambições são grandes para 2010 e, mais uma vez, possuem - ao menos no papel - as armas que permitem pensar desta forma.
O caminho à África do Sul
A Holanda encerrou a fase de classificação com 100% de aproveitamento: foram oito vitórias em oito partidas, com o ataque marcando 17 gols. Desde que assumiu o cargo, Van Marwijk segue invicto com a seleção. Em um Grupo 9 que tinha Noruega e Escócia como maiores adversários na busca pela vaga, o país acabou levando os dois únicos gols das modestas Islândia e Macedônia. Em Oslo e em Glasgow, as vitórias vieram pelo placar mínimo, mas com excelentes atuações da defesa.
As estrelas
Sem poder contar com Edwin van der Saar e Ruud van Nistelrooy, que decidiram não mais jogar pela seleção, Van Marwijk precisou adaptar a equipe que herdou de Marco van Basten sem mexer radicalmente na base. Os líderes do grupo são Arjen Robben, Joris Mathijsen, Andre Ooijer, Dirk Kuyt, Mark van Bommel, Klaas Jan Huntelaar e Giovanni van Bronckhorst, que já estavam presentes sob o comando do antigo treinador. Rafael van der Vaart, Robin van Persie, Nigel De Jong e Wesley Sneijder são outros que compõem o time.
O treinador
Com uma carreira pouco expressiva como jogador (uma única partida pela seleção), Van Marwijk possui um currículo bem mais respeitado como técnico. No comando do Feyenoord, ele conquistou a Copa da UEFA em 2002 e, mais tarde, a Copa da Holanda, após passagem apenas regular pelo Borussia Dortmund, da Alemanha, entre 2004 e 2006.
O treinador de 56 anos é também conhecido por ser um homem calmo, discreto e sempre disponível para conversar com os atletas. "Na seleção, o treinador normalmente não tem muito tempo para trabalhar o grupo, por isso gosto de otimizar o tempo que passo com os meus jogadores", explica. "Faço de tudo para ser um deles: participo dos treinos e faço exercícios específicos para tentar conhecê-los melhor."
Van Marwijk tem personalidade diferente de Marco van Basten, que comandou a Holanda entre 2004 e 2008, mas taticamente o trabalho de ambos é parecido. "Marco pôs em prática um esquema 4-2-3-1 e os jogadores se adaptaram bem a ele, por isso não pretendo fazer grandes mudanças", explica o treinador, que trouxe para a comissão técnica antigos craques da seleção, como Phillip Cocu e Frank de Boer. Escolha aparentemente certa, já que até agora o retrospecto é dos melhores.
Participação anterior
Em oito participações, os holandeses chegaram duas vezes à final, em 1974 e 1978. Outra boa participação veio na França 1998, quando ficaram com o quarto lugar.
Números
>> Campeã da UEFA Euro em 1988
O que eles disseram:
"Nós temos um objetivo pela frente. Queremos ser campeões mundiais."
Frank de Boer, assistente técnico da seleção da Holanda
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