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terça-feira, 6 de julho de 2010

Sobrou guerreiro, faltou jogador, ganhou o futebol


Disse Felipe Mello, numa das entrevistas após o jogo, que era “homem” para pedir desculpas pelo gesto que cometeu no gramado. Uma bobagem. A declaração seria apenas mais um ato de destempero emocional ou de falta de alcance cerebral? O gesto fora uma “pisada” no jogador adversário, quando o Brasil perdia por 2 a 1, combalido e dominado num jogo eliminatório de Copa do Mundo. Alguém precisa explicar ao Felipe Mello o que é ser homem e o que é ser mau profissional, irresponsável e inconseqüente. Ser homem, na risível fala do volante titular brasileiro, foi um dos conceitos que o Brasil confundiu nessa Copa do Mundo. Houve outros.

Júlio César, também após o jogo, disse que futebol “é onze contra onze”. Não é. Não foi. Numa Copa do Mundo, no Campeonato Brasileiro ou em qualquer disputa de esporte de grupo, título é resultado, sobretudo, de elenco. Sem Elano e Ramires, havia, no banco, opções de Josué, Kleberson e Grafite, entre outros que sequer atuaram. Jogadores que mudam time. Mas não mudam jogo. Quando o “melhor goleiro do mundo” errou a mão na bola no primeiro gol da Holanda, aconteceu o um a zero avassalador. Desnecessariamente catastrófico àquela altura do jogo.

Dunga repetiu, durante a Copa, que o Brasil tinha dificuldades para jogar contra times fechados. Talvez para justificar a vitória preocupante contra a Coréia do Norte, deu a entender que difícil é enfrentar time fraco, retrancado, que, dominado pelo medo de tomar uma saraivada de gols da seleção brasileira, joga atrás da linha da bola. Considerando as vitórias contra Coréia do Norte, Costa do Marfim e Chile como naturais, quase inevitáveis, o Brasil, quando encarou seleções de qualidade melhor, empatou ou perdeu. Portugal e Holanda.

Dunga e os jogadores disseram que o Brasil era um time onde predominava o futebol coletivo. A expressão que melhor ilustrou uma ação coletiva da seleção na Copa, além da clausura da concentração, foi o descontrole emocional após o primeiro gol da Holanda. Houve um desespero grupal! Futebol é grupo sim. É grupo também. Mas o futebol brasileiro precisa fazer prevalecer o talento individual. E só isso pode não ser mais suficiente para vencer uma Copa do Mundo.

A derrota demonstrou que treinador não deve ser apenas o profissional que motiva e substitui jogadores. Há de ser mais. Quando o Brasil perdia a cabeça, o jogo e a Copa, Dunga trocou Luis Fabiano por Nilmar. Era hora do tudo ou nada. Cabia um terceiro atacante. Perder de pouco ou de muito é igual em jogo eliminatório. A melhor alteração de Dunga foi a entrada de Ramires contra o Chile. Foi motivada pela contusão de Elano e de Felipe Mello. Para trocar jogadores, basta consultar a lista de nomes disponíveis para cada posição. Mudar o atleta, sem mudar a forma de o time jogar, não resolve.

Equilíbrio foi outro conceito mal utilizado e mais valorizado do que técnica. Dunga e Júlio César defenderam a seleção equilibrada, composta por defesa, meio campo e ataque atuando seguros. Equilíbrio burocrático e sem graça. O Brasil foi o país que mais venceu Copas do Mundo porque possui, no jogador, um elemento de desequilíbrio. Chama-se: talento individual. Desequilíbrio esse, claro, a nosso favor. Talento foi algo que esse grupo tinha pouco. Ainda menos se os planejadores considerassem que Kaká e Robinho estariam sujeitos a lesões e suspensões, o que, de fato, aconteceu, com os dois, no jogo contra Portugal. E o zero a zero foi o placar do pior jogo do Brasil na Copa.

O Brasil caiu quando foi realmente testado contra o merecedor time da Holanda. Fracassou. Mas confidenciou-me uma inteligente e sensível torcedora, pouco depois do fim do jogo, que foi uma derrota menos triste do que as de outras Copas, como a de 82 e até a de 98. Ela tem razão.

Talvez porque tenha ficado a sensação de que o Brasil perdeu a Copa, mas o futebol - aquele de jogadores, não de guerreiros - o futebol brasileiro ganhou. Chance de renascer.

Fim do sonho. Brasil perde da Holanda e dá adeus ao hexa


O Brasil começou bem a partida, mas levou uma virada da Holanda no segundo tempo: perdeu por 2 a 1, ontem, no estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, e foi eliminado nas quartas de final da Copa do Mundo.

O Brasil era melhor na partida. O time de Dunga chegou a abrir o placar aos 7min, com gol de Robinho. Mas o lance estava parado após a arbitragem apontar corretamente o impedimento de Daniel Alves no lance que originou o gol.

Mas, apenas três minutos depois, Robinho fez o gol que valeu. Felipe Melo conduziu a bola sozinho no meio, viu Robinho entrar livre e deu lançamento para o camisa 11 brasileiro, que tocou de primeira para abrir o placar.

A equipe brasileira passou a usar de sua arma mais poderosa, o contra-ataque. Aos 24min, Kaká arrancou e foi derrubado na área por De Jong, mas o árbitro mandou seguir. Na cobrança do escanteio, Daniel Alves cruzou e Juan chutou livre, mas a bola passou por cima.

Pouco tempo depois, aos 30min, o ataque brasileiro fez sua mais bela jogada da partida. Robinho driblou dois marcadores na esquerda, tocou para Luis Fabiano, que saiu da bola e deixou a para Kaká. O meia chutou de fora e obrigou o goleiro Stekelenburg a fazer grande defesa.

No segundo tempo, o time brasileiro voltou disperso e tomou o gol de empate. Aos 8min, após cruzamento de Sneijder, Julio César saiu mal, a bola desviou em Felipe Melo e entrou.

O Brasil sentiu o golpe e acabou levando a virada. Aos 22min, após cruzamento, Kuyt desviou, Sneijder se livrou da marcação de Felipe Melo e tocou para os fundo das redes.

Para piorar, aos 28min, Felipe Melo foi expulso após agredir Robben quando o holandês estava no chão.

Dunga, abatido, deixa cargo e assume culpa

O técnico Dunga mostrou, em seus dias de glória na seleção, que não sabe ganhar. Após os triunfos, tinha mania de vociferar grosseiramente contra a imprensa.

Ontem, ao ver desmoronar seu sonho de ser campeão mund ial, o técnico mostrou que sabe, sim, é perder.

Com os olhos marejados e um abatimento jamais visto desde que assumiu o comando da seleção, há quase quatro anos, Dunga foi cortês, assumiu a responsabilidade pela derrota e pôs um fim à sua era no cargo.

“Sobre o meu futuro, eu disse que meu compromisso seria de quatro anos [até o final da Copa]”, afirmou. “Todos estamos muito tristes, trabalhamos para obter um resultado diferente, sabíamos que seria um jogo muito difícil. Conseguimos jogar melhor no primeiro tempo e não mantivemos a forma de jogar no segundo”, declarou Dunga, que poupou de críticas o volante Felipe Melo, expulso. “Acho que a culpa é de todos nós, eu levo a maior parte, mas seria injusto falar do Felipe, não foi a primeira vez que um jogador é expulso numa Copa do Mundo. A responsabilidade é de todos.”

O técnico concordou, entretanto, que o Brasil perdeu o controle emocional. “Houve nervosismo pelo fato de o adversário virar.”

A pior Holanda da Copa será um campeão melhor do que o de 2006


A avaliação de muita gente boa, depois de Holanda 3 x 2 Uruguai, é de que o Brasil perdeu para um time fraco. Não é verdade. A Holanda jogou sua pior partida da Copa na semifinal contra os uruguaios. Mas ainda assim é preciso considerar qual era a avaliação antes da partida. Quem se desapontou com a Holanda talvez esperasse um massacre. Não seria. Estava claro que os holandeses teriam um jogo difícil e que os uruguaios imporiam dificuldade, ainda que desfalcados de quatro titulares.

Foi o que se viu.

O Uruguai, diga-se, teve um mérito que faltou ao Brasil. Tocar a bola, dar passes curtos, aproximar seu time, quando era mais pressionado pela Holanda. Não se trata de criar alternativas para se aproximar do gol de Stekelenburg. Isso o Uruguai não tinha. Mas com passes curtos no meio-de-campo, o assédio holandês diminuiu. O ritmo de jogo da Holanda caiu.

Van Marwijk tirou um volante, De Zeeuw, no intervalo, escalou Van der Vaart. Passou a ter um volante, uma linha de quatro armadores e um atacante, Van Persie. Estava claro que o volume de jogo aumentaria. A qualidade da partida, não. A Holanda do segundo tempo conseguiu cercar a grande área de Muslera até contar com uma jogada invidual, nesse caso, o tiro de Sneijder da entrada da área. O jogo ficou mais aberto e a Holanda chegou ao terceiro gol com Robben, de cabeça, escorando o terceiro passe para gol de Kuyt,´líder de assistências empatado com Kaká, Thomas Muller e Schweinsteiger.

A Holanda merece estar na final. Venceu todos os seus jogos, foi firme, segura, forte, sem ser envolvente. Tem Sneijder fazendo uma Copa brilhante, embora não tenha merecido ser eleito o melhor da semifinal. Vai fazer uma final duríssima, seja contra a Alemanha, seja contra a Espanha. E ainda que não chegue como favorita, especialmente contra os alemães, se for campeã ter conseguido isso com um futebol mais ofensivo e merecedor do que o da Itália, há quatro anos.

BRUNO NÃO APARECE NO TREINO


O goleiro do Flamengo Bruno, suspeito do desaparecimento de Eliza Samúdio, com quem teria um filho de quatro meses, não compareceu ao treino previsto para começar às 9h30m da manhã desta segunda-feira, no CT do Ninho do Urubu, em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Segundo informações da assessoria de imprensa do Flamengo, Bruno não falará mais sobre o caso nas dependências do clube por se tratar de um assunto pessoal e não profissional. Por mais uma vez, a imprensa foi impedida de entrar no CT do rubro-negro.

Menor confessa ter agredido Eliza, a ex do goleiro Bruno


O inspetor Guimarães, da Divisão de Homicídios, informou nesta terça-feira que o menor de 17 anos apreendido da casa do goleiro Bruno, do Flamengo, confessou em depoimento ter dado uma coronhada na cabeça de Eliza Samudio, ex-amante do atleta, no carro Land Rover do jogador, a caminho do sítio de Bruno em Esmeraldas, Belo Horizonte.

O menor contou que estava escondido no banco de trás do carro quando Eliza entou no veículo, conduzido pelo amigo de Bruno Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão; ao descobrir a presença do adolescente, a mulher teria se assustado e iniciado uma discussão, que resultou no golpe - o que justificaria as marcas de sangue encontradas no interior do veículo.

O menor também disse, porém, que não matou Eliza, que está desaparecida há quase um mês. Ainda de acordo com o menor, quem teria articulado o sequestro de Eliza teria sido Macarrão, e não Bruno. Leia mais em Caso Bruno do Flamengo: menor confessa ter agredido Eliza no carro do goleiro