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domingo, 13 de junho de 2010

A tripla missão de Eto’o


Muitas são as estrelas na Copa do Mundo da FIFA. Poucas, no entanto, são como Samuel Eto’o. Enquanto jogadores renomados como Lionel Messi, Kaká ou Wayne Rooney dividem com outros craques a responsabilidade de liderar seus países, em Camarões o camisa nove destoa dos demais e é não apenas o artilheiro, mas também o capitão, porta-voz de Paul Le Guen dentro de campo e responsável por motivar e orientar um elenco renovado em busca de nova campanha de sucesso na competição.

As inúmeras responsabilidades que sustenta não são, no entanto, segredo para ninguém. Desde que assumiu o comando da seleção, em junho do ano passado, Le Guen não pensou duas vezes em nomear o atacante da Inter de Milão como comandante do grupo, decisão que trouxe resultado imediato com a evolução do país nas eliminatórias africanas e a sexta classificação para um Mundial.

Agora, com a chegada do grande momento, Le Guen não esconde mais uma vez que espera ver Eto’o brilhar e tem motivos de sobra para acreditar nisso. Afinal, o jogador mais vitorioso da história de Camarões vem de outra temporada de impacto na Europa, com a conquista da Tríplice Coroa na Itália (Campeonato, Copa e Liga dos Campeões).

“Quando passei estas responsabilidades a ele queria criar um impacto na seleção. Hoje, Samuel Eto’o é um jogador emblemático, o mais importante da nossa seleção”, garantiu Le Guen em entrevista exclusiva à FIFA. “Ele é um grande campeão e tem consciência disso. Mais ainda, ele defende seu país com orgulho e possui um grande espírito de equipe, basta ver o que ele fez com a Inter.”

O jogador parece ter entendido sua missão. Por isso mesmo, antes da estreia contra o Japão, nesta segunda-feira, ele já se diz preparado para todas estas responsabilidades. “Para mim, ser capitão significa ser líder. Mas não necessariamente preciso da braçadeira para isso. O que tento sempre é ser uma espécie de representante do treinador dentro de campo”, explicou Eto’o, que faz questão de retribuir os elogios do treinador. “Ele (Le Guen) dá muita tranquilidade ao grupo e tem todo os méritos pelo crescimento da nossa seleção.”

Divisão de trabalho
Apesar de ter sido o artilheiro disparado do país nas eliminatórias, com nove gols, e de carregar as esperanças de uma nação na África do Sul, Eto’o não se sente pressionado. Experiente, ele garante que Camarões pode fazer um bom papel se os outros bons nomes da equipe também aparecerem com destaque.

“É verdade que marquei muitos gols, mas preciso dos meus companheiros para isso. Não posso pegar a bola e fazer tudo sozinho. Preciso que ela chegue até mim. Mas sei que posso contar com todos no time”, garantiu o jogador, também em entrevista exclusiva à FIFA. “Temos bons jogadores como Choupo Moting, um jovem de muito talento. Há outros mais experiente como Pierre Webó, Achile Emana, Mohamadou Idrissou, ou ainda Vincent (Aboubakar). Gosto bastante dele”, completou.

Da mesma forma, Le Guen já alertou o restante do elenco para esta divisão de responsabilidades e acredita que seus comandados vão conseguir tirar a pressão das costas de Eto’o. “Ele é claramente importante, mas temos outras armas na equipe e tenho total convicção que podemos mostrar isso na competição. Vamos provar que não dependemos apenas dele.”

Grandes esperanças
Se a escalada de Camarões nas eliminatórias marcou positivamente o início do trabalho de Le Guen, a queda precoce na Copa Africana de Nações e as derrotas recentes nos amistosos contra Portugal e Sérvia deixaram dúvidas em relação ao potencial da equipe. Nada, no entanto, que abalasse a confiança do treinador.

“Em primeiro lugar, jogamos sempre fora de casa e, em uma das vezes, empatamos com a Itália. Não acho que possamos condenar um trabalho inteiro por causa destes amistosos, porque não estávamos pensando apenas na vitória. O Eto’o jogou apenas 20 minutos contra Portugal, mas não me importo com isso. O que queria era uma boa preparação e foi o que tivemos”, avisou Le Guen.

Mais ainda, jogadores e comissão técnica chegam à África do Sul embalados por um grande apoio popular, sentimento que o francês espera retribuir à risca. “O país aguarda muito da gente. Há uma forte ligação entre os torcedores e a seleção, e todos esperam uma vitória, sonham com isso. Por isso, temos de entrar com esta ambição de ir longe”, garantiu.

Em sintonia com o treinador, o melhor jogador africano em 2003, 2004 e 2005 quer agora levar este sonho de milhões de camaroneses para dentro de campo e mostrar que os Leões Indomáveis podem de novo surpreender. “Espero que possamos corresponder e ir o mais longe possível, melhor que em 2002. Estou ansioso para começar a disputa e viver outros momentos inesquecíveis”, encerrou Eto’o.

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